O deputado federal Paulão (PT) dá sinais de que pode não disputar o Senado nas eleições de 2026. Movimentos dentro do Partido dos Trabalhadores em Alagoas indicam que o parlamentar passou a concentrar esforços na construção de uma chapa competitiva para a Câmara dos Deputados, com foco na própria reeleição.

Nesta semana, Paulão participou de uma reunião com o deputado estadual Ronaldo Medeiros, presidente estadual do PT, registrada nas redes sociais. Segundo interlocutores do partido, o encontro teve como principal pauta a organização da chapa proporcional para a Câmara Federal.

De acordo com fontes internas, Paulão defendeu a necessidade de o PT priorizar a formação de um grupo eleitoralmente viável e demonstrou disposição em integrar esse processo. Na prática, o movimento indica um afastamento do projeto de disputar o Senado, cogitado desde o pleito de 2022.

A estratégia estaria alinhada à orientação da direção nacional do PT, que vem cobrando dos diretórios estaduais a montagem de chapas fortes para a Câmara dos Deputados, com o objetivo de manter ou ampliar a bancada federal. Em Alagoas, a meta inicial é preservar a vaga atualmente ocupada por Paulão.

Nos bastidores, também pesa o cenário político nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou publicamente que, se depender dele, as duas vagas ao Senado por Alagoas em 2026 serão ocupadas por Renan Calheiros e Arthur Lira.

Mesmo sem anúncio oficial, Paulão tem cobrado do comando estadual do partido maior articulação para atrair nomes competitivos e estruturar uma chapa com densidade eleitoral. A avaliação interna é de que a falta de organização antecipada pode comprometer o desempenho do PT no estado.

O movimento começa a ganhar corpo com a pré-candidatura do professor Izael Ribeiro, presidente do Sinteal, a deputado federal pelo PT. Reconhecido por sua atuação na área da educação e nos movimentos sociais, Izael é visto como um nome com potencial para fortalecer a chapa proporcional.

Além de quadros do próprio PT, a legenda avalia a possibilidade de atrair nomes de partidos que integram a Federação Brasil da Esperança, como PV e PCdoB, ampliando o alcance eleitoral da composição. Também há expectativa de apoio do governador Paulo Dantas e de outros aliados do campo governista interessados em consolidar o espaço do partido em Alagoas.